Estive lá em junho de 2012. Já conhecia de reportagens em revistas, TV e etc e tal, assim tinha uma ideia do que encontraria, mas este lugar superou toda e qualquer expectativa que eu tinha.
Localizado na cidade de Brumadinho, MG, Inhotim é o maior museu a céu aberto do mundo e o maior de arte contemporânea da América do Sul!
O paisagismo é deslumbrante e teve Burle Max como consultor inicial e grande parte da beleza de seus jardins com projeto de Luiz Carlos Orsini.
Tenho certeza que este museu em qualquer outro lugar do mundo não seria tão exuberante por conta não só do maravilhoso projeto, mas também pela abundância de espécies tropicais brasileiras.
Quando estive lá nem sonhava em ter este blog, assim minhas fotos são turísticas que de nada interessam a vocês, mas não podia deixar de postar este lugar.
A solução foi buscar na web estas fotos, que escolhi buscando dar uma visão geral e algumas obras que de alguma forma me tocaram.
Vamos ver um pouquinho do paisagismo?
O conceito e todo o projeto do museu são dinâmicos; já neste ano existem pavilhões que não conheci e é sempre assim... novos artistas, novos pavilhões!
Imagine que lá você vai andando e admirando o paisagismo e as obras de arte espalhadas por todo lado...
... e seguindo um roteiro para visitar todos os espaços e obras a céu aberto ...
Da artista mineira Marilá Dardot que promove a interatividade de sua obra A Origem da Obra de Arte com o visitante. Neste espaço você cria palavras com os vasos de cerâmica em forma de letras onde você planta e lá eles ficam florescendo e preenchendo um enorme gramado com as mensagens ou marcas de quem lá esteve. Existe neste espaço um galpão, uma espécie de estufa com todos os ingredientes para você poder plantar suas letras.
Beam Drop é esta obra do americano Chris Burden, uma escultura localizada no alto de uma montanha que foi feita com 71 vigas de construção jogadas por um guindaste de uma altura de 45 metros, dentro de uma vala cheia de cimento fresco, durante um período de 12 horas.
O padrão aleatório das vigas caídas formou a enorme obra abstrata.
Elevazione é esta obra do italiano Edgard de Souza, que parte da modelagem e fundição em bronze de uma castanheira centenária, à qual outras partes de árvores foram soldadas. A grande árvore de metal está presa ao chão por pés de aço e, plantadas ao seu lado, estão cinco outras árvores que, ao longo dos anos, irão crescer e se aproximar da escultura, como se a sustentassem e criassem um espaço arquitetônico para abrigá-la.
Amei o conceito de mutação desta obra que nunca é a mesma, pois a árvore ao seu redor floresce a cada dia.
... entre uma obra e outra a céu aberto, existem os pavilhões, que são estruturas arquitetônicas sensacionais destinadas à exposição de cada artista.
Este é o pavilhão de Adriana Varejão, o meu preferido!
Com o título de Através, esta é uma das obras encontradas no pavilhão de Cildo Meireles, artista brasileiro de fama internacional.
Ela é um convite ao experimento sensorial onde você vai caminhando sobre cacos de vidro em um labirinto formado por vários tipos de materiais que comumente são utilizados como barreiras ou cercas.
A sensação que tive nesta experiência me levou a pensar que "caminhamos inseguros diante das barreiras e prisões ao longo da vida".
Celacanto provoca maremoto é o nome desta obra da artista Adriana Varejão, que dispensa maiores apresentações, que se encontra no pavilhão que leva seu nome.
O recepcionista deste local me perguntou o que eu via nesta obra. Disse-lhe que ela me remetia ao barroco da azulejaria portuguesa e ao mar.
Após eu responder desta forma à sua pergunta, ele me explicou de fato o nome da obra.
Este nome – Celacanto provoca terremoto – é uma referência ao peixe Celacanto, que se acreditava ser o responsável pelos maremotos e é por conta deste conceito que os grandes quadros são colocados de forma desordenada e casual transmitindo uma sensação de caos, como um desarranjo após um maremoto.
Fui buscar referências a isto e encontrei uma ótima história... veja aqui, vale a pena.
Como pode ver neste outro trabalho, um painel intitulado O Colecionador, a obra de Adriana tem um caráter escultórico e arquitetônico.
Com acesso por uma trilha isolada no meio da floresta e situado no alto de um morro, o Sonic Pavilion do artista californiano Doug Aitken, é uma construção dentro da qual você ouve uma transmissão contínua de sons emitidos a centenas de metros no interior da Terra captados por microfones geológicos.
Aqui, a obra de arte é a interatividade, a possibilidade de se ouvir os sons emitidos das profundezas da terra que está sempre em transformação; o mesmo som que eu ouvi não será exatamente o mesmo que um outro visitante ouvirá horas, dias, meses ou anos depois.
Entre um pavilhão e outro, lagos e paisagismo incríveis para se admirar... bancos de Hugo França pra você descansar que são verdadeiras obras de arte...
Lanchonetes, restaurante e bistrô – um charme por sinal – para dar uma parada, comer, beber alguma coisa e assimilar o que já se viu e depois continuar...
Bistrô Bar do Ganso
Quando você se cansar de andar... uma pulseirinha que você compra e coloca no pulso te dá o direito de andar de carrinho elétrico pra lá e pra cá pois eles param em todos os pavilhões... me belisque por favor, estou no Brasil?
Bom a idéia era mostrar só um pouquinho de Inhotim pra você que não conhece, ter vontade de conhecer.
E olha, reserve dois dias para esta maravilha porque um, é muito pouco!
Uma ótima semana a todos!
Até mais...