Eliane Sampaio Interiores: Wabi-sabi: o conceito

Como prometi na última 6ª.feira, vou falar hoje sobre o conceito wabi-sabi.

Empresto este tema sobre o qual escrevi há bastante tempo para o blog de decoração da Lopes Consultoria e claro, vou cometer um auto-plágio, aliás, confesso que farei isto por diversas vezes, pois o nosso desafio aqui atende pelo nome de “pauta”.

Li um livro que adorei! Recomendo. A Elegância do Ouriço, de Muriel Barbery. Num determinado capítulo ela cita o Wabi. Imediatamente - e como sempre - fiz uma correlação com o nosso assunto: decoração.

Conta-se que o Wabi-sabi é um conceito japonês que nasceu dos complicados rituais da Cerimônia do Chá. É a expressão que os orientais usam para definir a beleza que reside nas coisas imperfeitas. É um termo de difícil tradução por ter um significado muito amplo.

É um jeito de “ver” as coisas por uma ótica de simplicidade, naturalidade e aceitação da realidade. É ver beleza na assimetria e na rusticidade.

Você pode pensar wabi sobre as relações humanas: a aceitação das imperfeições do outro; sobre o corpo humano: esta máquina perfeita onde um lado não é igual ao outro e por aí vai...

E o conceito Wabi em arquitetura e decoração?

É ver a beleza das formas que lembram a natureza (muito Gaudí, isso); é admirar o desgaste dos materiais produzido pelo tempo, como o musgo que se forma no piso; é o desgaste da madeira de uma mesa antiga; é a beleza do tijolo assentado de forma rústica, saltando aos olhos o trabalho humano despendido naquela parede; são peças e mobiliários feitos de materiais naturais e de forma artesanal; e, por que não? é o uso de materiais ecológicos voltados à preservação do planeta.

Enfim, o Wabi na decoração nos transporta para o simples, no sentido espiritual da palavra.

O ambiente que criei, na foto abaixo, reflete um pouco deste olhar , pela rusticidade e natureza dos materiais. Um piso de cimento queimado é muito wabi!