sábado, 19 de dezembro de 2015

A CASA DAS BELAS ADORMECIDAS

Há algum tempo, especificamente há 19 meses, escrevi sobre este livro no Radar Design a convite da minha amiga Graça Salles, que é curadora e editora desse espaço sobre design, arquitetura, decoração, artes e estilo de vida. 
Hoje, reproduzo aqui na nossa Sala de Leitura, o que lá escrevi e foi publicado.

Um livro perfeito para um final de semana tranquilo, veja só...

A CASA DAS BELAS ADORMECIDAS de Yasunari Kawabata

Resenha da Editora: Imbuída de um erotismo inusitado, esta obra, escrita em 1961, demonstra a maturidade estilística do autor, que  utiliza sua virtuose descritiva para contar a história de Eguchi, um senhor de 67 anos que freqüenta a 'casa das belas adormecidas', uma espécie de bordel onde moças encontram-se em sono profundo, sob efeito de narcóticos. Apesar da idade avançada, o protagonista parte em busca dos prazeres perdidos e se depara com moças virgens, que os visitantes podem tocar, mas são proibidos de corromper. Daí derivam passagens antológicas de rememorações pessoais e fantasia. Kawabata procura desvendar o enigmático universo do corpo feminino em um culto ao belo e ao inalcançável, investigando as dores da solidão a partir da sutileza de um erotismo expressivo, constantemente atravessado por passagens de fina ironia e perturbadora consciência da passagem do tempo, do vazio existencial que permeia as relações humanas.


Minhas Impressões:  Yasunari Kawabata, apesar de não ser um autor popular, é de grande importância na literatura mundial, agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1968. A Casa das Belas Adormecidas é um romance que nos transporta de forma encantadora e surreal para a cultura e a filosofia orientais, em especial a sexualidade na idade madura. 
Ao mesmo tempo que se veste de sensualidade, o texto é poético e profundo. Não por acaso, foi a fonte inspiradora para a obra sensacional “Memória de Minhas Putas Tristes”, do colombiano Gabriel García Márquez.   
A seguir, trechos do livro que separei para você degustar – um aperitivo que demonstra o que a obra reserva ao leitor.   

”Apesar disso, talvez porque a garota estivesse adormecida e não se desse conta de nada, a beleza do rosto e das formas que ele via ali não fora atingida nem desgastada. O que salvava Eguchi de cair na tentação de uma brincadeira diabólica e degradante era a beleza de seu sono profundo. Quiçá o que o distinguisse dos outros velhos fosse que ele mantinha a capacidade de se comportar como um homem.  
Entretanto o velho divagava, refletindo como era possível que, dentre todos os animais, somente a forma dos seios da mulher tenha adquirido, após longa evolução, um formato tão belo".

Boa leitura e até mais...


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